Os dias chegam chuvosos,
Negros, acarretam em si
A razia das todas as emoções…
Desalento em forma de nuvens,
Que desforma inevitavelmente o meu ser,
Enquanto isso, estranhamente não me sinto eu!
Os dias passam, as noites mantêm-se chuvosas,
Negras, acorrentam em mim
A razia de todas as sensações…
Tristeza em forma de lua não visivel,
Que se desforma em centelhas inertes
Por entre o cinza do meu destino,
Enquanto isso, nem sombra sou
Do homem que outrora fui!
Fecho os olhos,
Pensamento abstratamente fantasioso,
Numa imagem memorizada onde
Por instantes me vi feliz…
Quase irreal por tão distante!
Enquanto isso,
Já não suporto ouvir a chuva
Bater nas janelas da razão,
E saber concretamente, inevitavel,
Que sempre me chove no coração…
Paulo Alves