O ano da manobra publicitária.
Choviam telegramas do Atlântico,
Fatos e gravatas e contradições
Do ideal romântico.
Despedi-me da minha equipa,
Despedi-me de mim
Em cada saco, em cada canção.
Neste ano descobrimos o mundo,
O oco, o plástico
E também o imundo.
Inventava solos
De instrumentos
Que não sabia tocar.
Perdia a identidade
Que nem tentei salvar,
Enquanto o teatro
Que um dia conquistei
Destruía o meu filme.
Perdia a noção da realidade
A um ritmo firme.