Há rosa! Que fizeste comigo?
Me perdi na sua beleza e cai nos teus enganos...
Como podes? Ainda botão, ainda nem nascida...
Já me destruía por dentro...
Primeiro eu que jovem e tolo, nem sabia o que era a vida.
Tu nem desfolhavas ainda, e já plantara amor em mim...
E esta erva cresceu rápido pelo meu peito,
Se alimentou de mim, e me possuiu...
Era jovem demais pra saber amar,
E tu cruel de mais, expulsou-me de seu jardim...
Vaguei a frio, ao longe, ainda havia lágrimas em meus olhos,
Ainda conseguia chorar...
Mas continuei expulso do seu jardim, a seguir minha viagem
E o tempo (que achavas meu amigo),
Me ensinou a ser forte, firme.
E vaguei sem conseguir derramar lágrima alguma...
Alheio a mim mesmo, nem sabia mais chorar...
Sete infinitos vaguei, sete eternidades passei,
Sete caminhos eu segui, sete vidas eu vivi...
E em todas elas jurei ferido por seus espinhos
Ser mais forte! Já nem eras mais poeta, era guerreiro!
Tu levaste a poesia de mim...
Sobrou apenas a dor e uma tristeza de sentir pena...
Sobrou de mim quase nada, quase morte...
Nem era poeta, nem era nada...
Era apenas errante...
Mas no fim de sete guerras,
Encontrei no jardim, não mais um botão...
E sim uma rosa, vermelha, bela, criada, exuberante..
Queria poder cortá-la, pra nunca mais vê-la
Mas tu rosa, levaste meu guerreiro...
E revive o poeta em mim.
E este poeta renascido, sente o seu perfume
Que tem cheiro de poesia...
Fragrância que entra na alma
E o revive e rega o amor que achavas morto
Em um peito ferido de tantas lutas
E remenda uma alma ferida de tantas guerras...
Guerras santas que tiveram nenhum fim.
Ao encontrar a ti, vejo quão tolo eu era
O tempo nada cura, apenas adormece, engana...
Pois como poderia temer o amor em ti?
Tu também tola foi de não perceber,
Que a poesia que há em mim
Te faz florescer...
Ao meu sonho que vira realidade todos os dias, rosa que me entrego a viver e amar!