Cubo
Nos meus dias de pólvora
Não há tempo para explodir
Nos meus dias de lança
Quem sangra sou eu
Entre ônibus, faces e rascunhos
Pago à prazo, minha felicidade
A cada momento, um cásulo esquecido
Construo caminhos
Que vão dar até onde posso ir
Não acredito nem em minhas palavras
Minha alma é concreto, em qualquer lugar
Em pequenos instantes que fogem de mim
A noite, da estratosfera, aceno
Num sono desbotado e debochado
Onde tudo é real, exceto o dia seguinte
Ricardo Villa Verde