Abri a porta
falo à mãe,
a resposta é torta,
fecho-a devagar também.
Na rua
sigo em beira
na sombra da lua
quando passo a passadeira.
Entro no café
e sem mesa
no balcão de pé
bebo água, sem pressa.
Vai escorrendo
em breve garganta
como que correndo
onde a passada é santa.
É pura
porque lembras a idade
fecha a porta dura
e tranca a saudade.