Num quadro a lápis desenhado, de
traço leve, tão leve a figura de um
homem amargurado.
Parece preocupado com a vida
e de cotovelos poisados, sobre a mesa,
leva as suas mãos bem atrás do pescoço,
como que para segurá-lo e à cabeça que
teima em pender para a frente.
No entanto num rosto bem delineado
seus olhos fechados parecem ir buscar
algo mais além, não mostrando
esforço ou má vontade, como reforçam
as pálpebras bem vivas e atentas ao
menor dos ruídos.
Sua boca mostra uns lábios finos e
concentrados, ante o pensamento que
lhe vai na alma.
Até que, o homem, a lápis desenhado,
leve, levemente ganha vida
e sai da tela homem como nós: o que
um pouco de reflexão fez do insustentável,
rosas brancas em cada uma de suas mãos.
Jorge Humberto
16/09/09