Se ouvires falar de mim
perde o medo e a postura,
deixa de pensar, fica assim
deixa o perfume, que teu odor perdura.
Teu odor, que como uma dor
boa, penetra a fossa nasal,
deixa meu querer lembrar, um certo amor
num corpo que te quer bem ou mal.
Quebro todas as regras
da natureza, toda a certeza
que em séculos foram provadas
e por mim questionadas.
Deixo-me cair
na lama, em toda a calma,
que vejo sorrir
em minha alma.
Fecho os olhos e deixo-me levar
ferido, vou salgar
e deixar a carne queimar,
e lavar todo o medo, o recear.
Pensar não quero
quando na vida viver,
em tudo o que penso, espero,
esqueço então, e tento por vezes morrer.