O Sol era vermelho. Os raios da cor do fogo. A Terra dançava nua, despida do pudor que lhe era peculiar no crepitar da vergonha do sexo. A Natureza mastigava o ar puro que lhe fugia por entre as pedras da calçada. Tudo estava intacto mas não remexido!
Tão impuro da Humanidade que tardava em aparecer nos escombros dos Rios. Brilhavam os diamantes, os ouros, as pratas... E morriam as estrelas, as luzes, os Sorrisos...
As vontades permaneciam inertes no frágil corpo dos que enfeitavam a Vida, onde corria o sangue pálido da letargia. Ouviram-se os Tambores da excitação a gritar mais alto o signo da Verdade! Mas o sentido auditivo não existia. Amputaram-no! Depois do Éden... E os tecidos não voltaram a nascer. Secaram. Arrepanharam os Sorrisos e os olhares dóceis... E ficámos nós!
Manuela Fonseca