Saiu à rua
ao abraço amigo,
à luz da lua
caminho comigo.
Sigo em passo
parado, que não quero,
para mim como escasso
momento em que te espero.
Chego a mim,
a nós atados,
desato assim
sem ajuda, todos calados.
Oiço o pulsar
de um pequeno mundo,
parece caber em punho, vou agarrar
e largar em poema profundo.
Num sopro calado
arrefeço a terra,
em fala, falado
perdi a guerra.
Sou a vida
que desponta em flor,
a mais pequena vontade
e banalidade, a dor.
Tão puro o sentimento
que escrevo no reverso
de um caderno, eterno de talento,
e tatuado neste verso.