Chorei o riso com a mesma intensidade que ri a lágrima. A corrente salgada correu do coração e lavou as margens tangentes dos meus olhos. Empurrou o nó, secou a dor ao abandono dos galhos passados que pendiam do interior dos sentidos. Ficou o perfume sofrido, a brisa doce-amarga que cortou e sangrou longe dos olhos, escorreu pelo pescoço e se afundou ao fundo profundo do peito.
A dor marcou por onde passou, fluiu por onde se perdeu. A boca ridicula, envaideceu de pavor, de medo, de terror. As mãos pele quente em pele fria afagaram dedo a dedo o absurdo sorriso secando o lívido rasto salino caíndo lento em cascata.
Ficou a palpebra enxuta, imune, longe da fúria das águas que verteram um tempo incerto de sentir. De torrente em torrente, serenou e adormeceu na morte calada do choro. Conseguiu sonhar. Sonhou a frágil crosta no areal aquecida pelo Sol, agora chão virgem sem pegadas de lembranças.
Do conforto do caminho ficaram as estrelas semeadas no olhar, as flores campestres que me sorriste de braços abertos e a magia de uma Primavera infinda, sem Verão onde terminar...
Não me lembro se ri ou chorei...
By .*.Magia.*.