Permite-me...
que de olhos bem fechados
encerre em ti o grito que levanta o medo em resplandecente encanto
Dispa-me de bruma e frio
na celestial vertigem de ver o mundo
com as suas ondulações de fugaz espuma
e líquidos topázios enraizados no firmamento
das tuas ávidas mãos sussurando-me segredos
Permite-me...
que de olhos bem fechados
cerque o desmembramento do sono fundo dos suspiros
que o acaso estende
sem procurar outra paixão
nem abrir outro caminho
nem outra vida
na vil sucessão de visões em quebra
ao dar-me de corpo e alma, na certeza do inacessível
Permite-me...
que de olhos bem fechados, me permita
Ficar no mar do teu corpo
na ânsia rendida do meu amor
Aquela plenitude que de olhos bem fechados
e de peito aberto invoco.
" An ye harm none, do what ye will "