Poemas : 

surreal – para flavio silver

 
a lista dos meus recomendados até ao momento:

júlio saraiva
caopoeta
xavier zarco
cleo
josé torres
fogomaduro
margarete
vera silva
alentagus
sandrafonseca
horroriscausa
henrique pedro

eis que hoje elejo outro excelente nome da nossa casa:
flavio silver
hoje sou uma cadeira
a mesma em que te sentas
de madeira
onde te lamentas

pensas em mundos diferentes
e escreves as lamúrias contentes
 
Autor
GE3
Autor
 
Texto
Data
Leituras
747
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
3
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
flavio silver
Publicado: 14/09/2009 23:15  Atualizado: 14/09/2009 23:15
Colaborador
Usuário desde: 24/09/2007
Localidade: barcelos
Mensagens: 1001
 Re: surreal – para flavio silver
viva G3
estava a ver que nunca mais saía a minha vez.
ehehe
agora a sério, obrigado pela referência e pelo poema supostamente em mim inspirado.
devo já dizer que, um belo poema bem próprio da tua imaginação,
um abraço tão (sur)real quanto eu

Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 14/09/2009 23:54  Atualizado: 14/09/2009 23:54
Colaborador
Usuário desde: 29/10/2008
Localidade: guimarães
Mensagens: 7238
 Re: surreal – para flavio silver
já que se fala em surrealismo,ao flaviosilver dedico:
Sentenças delirantes dum poeta para si próprio em tempo de cabeças pensantes
1
Não te ataques com os atacadores dos outros.
Deixa a cada sapato a sua marcha e a sua direcção.
O mesmo deves fazer com os açaimos.
E com os botões.

2
Não te candidates, nem te demitas. Assiste.
Mas não penses que vais rir impunemente a sessão inteira.
Em todo o caso fica o mais perto possível da coxia.

3
Tira as rodas ao peixe congelado,
mas sempre na tua mão.
Depois, faz um berreiro.
Quando tiveres bastante gente à tua volta,
descongela a posta e oferece um bocado a cada um.

4
Não te arrimes tanto à ideia de que haverá sempre
um caixote com serradura à tua espera.
Pode haver. Se houver, melhor...
Esta deve ser a tua filosofia.

5
Tudo tem os seus trâmites, meu filho!
Não faças brincos de cerejas
sem te darem, primeiro, as orelhas.
Era bom que esta fosse, de facto, a tua filosofia.

6
Perguntas-me o que deves fazer com a pedra que
te puseram em cima da cabeça?
Não penses no que fazer com. Cuida no que fazer da.
É provável que te sintas logo muito melhor.
Sai, então, de baixo da pedra.

7
Onde houver obras públicas não deponhas a tua obra.
Poderias atrapalhar os trabalhos.
Os de pedra sobre pedra, entenda-se.
Mas dá sempre um "Bom dia!" ao pessoal do estaleiro.
Uma palavra é, às vezes, a melhor argamassa.

8
Deves praticar os jogos de palavras, mas sempre
com a modéstia do cientista que enxertou em si mesmo
a perna da rã, e que enquanto não coaxa, coxeia.
Oxalá o consigas!

9
Tens um glorioso passado futurível,
mas não fiques de colher suspensa,
que a sopa arrefece.

10
Se tiveres de arranjar um nome para uma personagem
de tua criação, nunca escolhas o de Fradique Mendes.
A criação literária não frequenta o guarda-roupa,
muito menos quando a roupa tem gente dentro.

11
Resume todas estas sentenças delirantes numa única
sentença:
Um escritor deve poder mostrar sempre a língua portuguesa.

Alexandre O'Neill "Poesias Completas"

beijinho para ele.outro para ti GE3.

Enviado por Tópico
Maria Verde
Publicado: 15/09/2009 12:21  Atualizado: 15/09/2009 12:21
Colaborador
Usuário desde: 20/01/2008
Localidade: SP
Mensagens: 3489
 Re: surreal – para flavio silver
Aplaudo sua idéia, bem como os poetas selecionados. Bacana isso!
abraço.

Maria