Oh madrasta situação
Que me enleias errante
Faz doer a pena que desdenha
Poemas de aflição
Sempre que me sinto carente
Neste fogo sem lenha
Que queima meu coração
Oh dor inalienável de pesante
Que até a vida desdenha
Perseguido pelo sentido de prisão
Que destrói meu sonoro cantante
Numa ignomínia falsa e medonha
Que usurpa de amor sua condição
Na cegueira e temor fumegante
Que se enlaça na escura penha
Desenhada na noite sua escuridão
Permite meu caminhar sem rumo e errante
Que me leva ao braçado de um nó que se despenha
Aperta como algoz a respiração
Que nem sufoco como penante
Oriundo de andrajos mas que não obtenha
Nunca o toque de que te pertence meu coração
E se algum dia for poeta cantante
Escrevendo letras que da alma venha
Peço apenas permitir teu nome em meu coração
E na estrada lamacenta
Que nunca me falhe soneto de convénio
Para poder ser teu poeta com duração
E um dia quando caminhante
Em teus braços perfazer a ordenha
E limpar as lágrimas da separação
Que nos unirá e em enlevos de amor sonante
E em meu peito teu rosto se aninha
Com a cravagem de teu nome em meu coração
Sexta-feira, 11 de Setembro de 2009