Falam os ventos, a montanha escuta;
Cá embaixo os homens aspiram ao céu.
Os deuses, os homens, algum troféu;
Os anseios, as preces, o amor, a luta.
A sentença do homem: um santo ou réu?
Enquanto isso, sabor da doce fruta;
Caprichos que da vida se desfruta.
Oh! Sonhos, segredos sob o chapéu.
As divindades sorvem a ventania;
Os homens, os suores das veleidades
Entre os emaranhados da fantasia.
Longe, na derradeira luz do dia,
Surgem os semideuses das vaidades;
Mais além, orações em melodia.
(Luciene Lima Prado