Sonetos : 

VIDA FÚTIL

 


Dizer agora o quê, se o coração
descompassado entrega-se à abulia,
rendendo-me invulgar paralisia,
lançando-me sem dó ao rés-do-chão?

À força da lembrança que me assola,
divulgo a conclusão que ensandeceu:
transformei-me em emérito sandeu,
pesando-me de asneiras a sacola.

Alma errante, andrajosa, escrava inútil,
dou-me à silente paz do eremitério,
para esquecer de vez o meu vazio.

Forjado em vida extremamente fútil,
não trago evento que se erija sério,
agora apenas sombras prenuncio!





 
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JoJoJo
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