No tempo em que éramos mais humanos, as leituras eram agradáveis e não torturantes. Líamos para saber mais e não pra adquirir títulos e títulos acadêmicos e morrermos de tédio, de insensibilidade ou banalidade. A vida, realmente fazia sentido. Tínhamos pensamentos próprios e a mídia ainda não nos atingia com seu poder de persuasão.
Era um tempo maravilhoso onde as crianças se divertiam de verdade, sabiam inventar brincadeiras, e não temiam perigos que hoje são tão constantes. Infelizmente, as crianças neste século XXI são cobradas demais. Cobradas pelos pais, pela escola, pelos amigos e pela sociedade em geral. Por isso, vivem deprimidas, presas a tarefas que são obrigadas a fazer. Sua agenda é preenchida de cursos de diversos tipos. Quando têm tempo para o lazer, envolvem-se diante de um monitor que está cheio de armadilhas e as prendem com seus “encantos”.
No tempo em que éramos mais humanos, as famílias se amavam mais, mesmo que conversassem menos sobre certos assuntos, se amavam e se respeitavam. O importante naquele tempo era cada um ser feliz como desejasse e não como os outros queriam.
Defeitos? Sim. Havia. Mas aos domingos, nos dias santos, as pessoas se voltavam para Deus. Todos sabiam orar. E oravam na hora de dormir, na hora de levantar ou em outras ocasiões, sem nunca se esquecer de Deus. Quanto às crianças, essas oravam, pediam a bênção aos mais velhos. Dormir ou levantar sem pedir a bênção dos pais? Nem pensar.
Hoje, perguntamos o que tem acontecido conosco. Não temos tempo para termos um momento de felicidade. Viramos escravos do dinheiro, das cobranças da sociedade, do orgulho, da ambição. Ou seja, estamos deixando de ser mais humanos e nos transformando em seres sem coração. Que futuro nossos filhos terão mais adiante? Estamos deixando de ser filhos de Deus, pra nos tornarmos filhos sem pai, achando-nos auto-suficientes e, na verdade, estamos mesmo desprotegidos. Pois estamos enfraquecendo nossos laços familiares e de amizade.
Enfim, tudo isso pode ser um pessimismo extremo, mas devemos pensar e repensar na vida que levamos e na vida de nossos filhos. Que possamos, ainda hoje, buscar nosso lado mais humano e prepararmos um mundo melhor para aqueles que hão de vir.
(Luciene Lima Prado)