PRESENÇA DE VINÍCIUS

Companheiro poeta Júlio Saraiva, porque hoje é Sábado trouxe-me à memória um concerto inesquecível em Lisboa, Amália e Vinicius, (juntos e ao vivo em plena ditadura era benção...), ele sempre com seu copo e sua enorme poesia. E o Monumental (sala enorme que então existia no centro de Lisboa)cheio de gente àvida de poesia e liberdade.
Obrigado pelo bem que ainda me faz, de recordar aqueles tempos de rapaz..

Abraço fraterno
arfemo

O meu manifesto apreço por esta primoroso exemplar de poesia citadina. O génio do poeta sempre rasga novas ruas e novas praças, avenidas e rotundas de cultura; e a cultura flui e se afirma por entre os buzinões e o ruído dos aviões.Muito embora essa perticularida de esperar as mulheres no adro, à saída da missa, seja mais marcadamente rural.
Um abraço

VINÍCIUS, um Grande Poeta!
Tu também és :)))

Beijos,

Excelente esta homenagem a Vinícius, poeta que aprendi a ler e a respeitar, desde há muitos anos, através de Alexandre O'Neill, mas também dos seus saraus (de que me recordo de um na televisão deste país, ainda no tempo da outra senhora).

DM

dedicado ao meu amigo julio
"Procura-se um amigo"

"Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive."
vinicius

beijo,
alex

Porque hoje não é sábado, "não me mate", rs, irmão, mas tenho que ler mais vinícius. Alíás, estou lendo mais. No entanto Drummond( sei que não tem nada a ver com o poema, logo leio tudo que tem)
Fora isso,nem sei pq isso, o poema é genial!
Ps: escuta seu comunista, melhorou da gripe?
Um abração irmão!
Edilson

às vezes ainda me adormece os músculos todos, tem essa forma de me atingir pelas palavras. chega-se a mim ligeiro a inquietar-me como se brincasse com o meu coração à distância e eu nem me apercebesse. falo de quem gosto, particularmente, porque sim. porque na poesia não deverão existir explicações, sobretudo na sua, pela profundidade de cada palavra, ou gesto, porque nele as palavras são gestos.

a si júlio um gesto de agradecimento pelas leituras habituais, pelo sossego, por estas pequenas pérolas de vida. memórias há, de outros tempos, de tempos em que ainda era possível abraçar um corpo ausente. por agora figuro-me à realidade absurda dos oceanos.

mar.