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MENDIGO!

 


Não sabendo onde me dirigir, para
alcançar determinado objectivo,
sem pudor algum interpelei um mendigo,
que ali por perto resolvera passar
sua tarde, sentado na pedra da calçada.

Respondeu-me entre dentes com um «não
sei». Agradeci e pedi licença e quando
acabara de virar costas, para tentar a sorte,
junto de outra pessoa, ouvi ao longe, como
num murmúrio – o vinte e um passa por lá,
sim senhor o vinte e um passa
pelo local pretendido, pelo senhor.

Prestando-lhe vénia mais um vez agradeci
sua prestação e o ter-me ajudado, enquanto
outros passando por mim, de clara
repugnância se faziam surdos e cegos ante
minha humilde presença.

Conclui que o «não sei» é apenas uma defesa,
inocente e sincronizada, contra uma sociedade
repressora e estigmatizada.

Vendo que lhe querem de sua ajuda seus
conhecimentos, em paz tornou-se (como
seria de prever) naquilo que é. Um Ser
Humano, igual a mim e a todos vós, que ledes
estes meus versos.

Um momento, um conceito
que virou eternidade nos vossos corações e
que de ora em diante passarão a tratar a
essa pessoa, como a uma de entre vós.

Mendigo não quer pena, tão só que respeitem
sua humanidade e infortúnio.

Jorge Humberto
07/09/09



 
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jorgehumberto
 
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Enviado por Tópico
poesiadeneno
Publicado: 08/09/2009 21:26  Atualizado: 08/09/2009 21:26
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Usuário desde: 27/06/2009
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Mensagens: 1405
 Re: MENDIGO!
Apreciei esta sua "prosa poética",que nos fala do eterno problema da mendicidade.






Abraço