Pari a dor,
algo belo saiu de mim
e não retornará sua cor.
Deixou um esgoto fétido
a escuridão habitando
a fagulha se apagou...
Preferia não pensar
agir como uma coisa robótica
a dor perdia sua intensidade.
Jaz enterrada no corpo,
não dóia, estava ali,
pronta a tangir meu corpo
fraco, quase inerte,
e ainda estava ali.
Criou raízes na mente
comandava todo o escombro.
A casa estava inabitável
parecia mais um quadrado
sem brechas ou fissuras,
não agradável de olhar.
Alguém estava lá fora
me chamando, me alertando,
o rosto também expressando dor.
Me envolvi no manto doloroso
deixei dominar-me...
A paz um dia chegaria
quando pudesse ver novamente
um céu todo estrelado
e bem no seu meio, exultante,
um eclipse lunar.
Rozana Oliver
Rooziee Oliver
Rozana Oliver