Rodo como roda
Tonta como um relógio de ponteiro
Caio no conto da garota da moda
E me acorrento por inteiro.

Rodo como bailarina
Tonta como barata
Me amordaço na vaidade de menina
E a vida fica chata.

Rodo como um alienado
Tonta como um telespectador
Assisto tudo reprisado
E esqueço a minha dor

Rodo como compasso
Tonta como a fé
Me aprisiono nesse laço
E esqueço o que se é.

Rodo como carrossel
Tonta como um cristão
Peço a ajuda ao céu
Que não me mostra solução.

Rodo em tantos círculos
Tonta como um pião
Na vertigem sigo os ridículos
Dessa sórdida programação.

O sol brilhou na escuridão
Em meio aos cegos
Renasce a teoria de Platão
Estamos na caverna moderna
Sentados na poltrona
Assistindo televisão.

[Punkita]
 
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Punkita
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Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 06/09/2009 21:36  Atualizado: 06/09/2009 21:36
Colaborador
Usuário desde: 30/06/2009
Localidade:
Mensagens: 6700
 Re: Rodando
Rodei no movimento dos versos, das rimas, como o tempo dentro do relógio biológico de dentro para fora e vice-versa.
Bacanérrimo o poema!
Bjins, Betha.


Enviado por Tópico
ângelaLugo
Publicado: 09/09/2009 04:55  Atualizado: 09/09/2009 04:55
Colaborador
Usuário desde: 04/09/2006
Localidade: São Paulo - Brasil
Mensagens: 14852
 Re: Rodando p/ Punkita
Olá Helen

Adorei a tua visita, assim
deu-me a oportunidade de ler
a tua poesia, a qual adorei
li algumas, mas volto para
ler mais, adoro poemas
inteligentes e este está
sensacional...Parabéns!
Creio que os filmes de ficção
já até perderam o brilho diante
do nosso sistema existencial ao
qual chegamos, pena ter ainda
mentes que não acompanham e
espero que a robotização humana
ainda demore...

Beijinhos no coração