Depois das línguas de fogo terem cessado
seu horrível caminho,
levando consigo árvores e animais, prostrados
pelo chão, por não terem para onde fugir;
terra obscurecida, coberta de um pó preto;
certas castas de árvores mantiveram-se de pé,
esperando o verdejar de tempos futuros,
onde a vida renascerá, qual Fénix, do nada.
Por agora tudo é desolador, só composto pelo
arvoredo, que apesar de queimado, preservou
seus ramos e folhas, apesar da fuligem negra,
que tudo veste, de cima a baixo, incluindo o chão.
No inferno das chamas estas arguas da
sobrevivência, unindo seus ramos umas às outras,
num emaranhado de vida e de resistência, criaram
um impenetrável círculo, minimizando estragos
de maior para elas e para a paisagem circundante.
Jorge Humberto
05/09/09