Quem manda aqui não sou eu

Não é bem desmontagem dos mecanismos de controlo e decisão, é mais a constatação que as algumas conclusões de trabalhos recentes dos neuro-biólogos são relativamente fáceis de vivenciar pelo comum dos mortais, (neste caso, o pai da criança que deve ser levada à ama).
Segundo esses cientistas, o mecanismo do pensamento que conduz a uma decisão tem uma base essencialmente biológica. Isto é, neuro-química. Explicam os cientistas, que diversos circuitos de redes neurais, associadas (cada uma as redes) aos respectivos processos electro-químicos, competem entre si no corpo do homem. Quando uma dessas redes se impõe sobre as restantes cria-se uma urgência, um impulso para a tomar a decisão que essa rede representa.
Há muito que se dizia nos circuitos científicos, que as pessoas só têm consciência da decisão que tomaram depois de a terem tomado. Esta tese surgiu por analogia com o conhecido mecanismo do medo. Há muito tempo que se sabe que é corpo que tem medo “primeiro”, isto é, que apresenta sintomas antes de o indivíduo ter consciência de que está com medo.
Portanto esta teoria da decisão, por analogia com o medo, dizia que o corpo decide e só depois o homem toma consciência dessa decisão. Provou-se biologicamente que assim é, de facto. Isso está a provocar grande celeuma nos filósofos, em matérias em matérias relacionadas com a filosofia do livre arbítrio.
Outra consequência desta descoberta é que nos cães, ovelhas, baleias é bem provável que se passe o mesmo. Mais uma machadada na deificação do ser humano, pretendida pelas igrejas.