Há uma dor perfurante no meu peito; Urze que fere mas não deita sangue... Verme oculto o bebe e me deixa exangue Ao nutrir-se de insónias no meu leito!
Bicho-amor, insistente na porfia, Mói-me as entranhas quando desatina, Meus nervos dana, minhas forças mina, E ao mesmo tempo é bem que acaricia!
Tento acalmá-lo com a voz de quem De longe rasga versos escarlates Mimos d’enlace em rendas de açafates...
Mas pede mais... Voraz, não se contém! Devora-me alma e sangue e não fraqueja Na gula desse par-amor que almeja!