Crónicas : 

Exemplo de amor...

 
Exemplo de amor... ( EC)

Em 1909 quando criou a letra do Hino Nacional (primeiro poema) o carioca de Vassouras-RJ Joaquim Osório Duque Estrada externou o belo, a pujança do seu país, sacralizando a Pátria. Exaltou-a com júbilo e para isso inseriu versos da Canção do Exílio de Gonçalves Dias.
Inegável riqueza poética, musical e literária.
Extraindo um verso aparentemente simples quero falar sobre:
“... NOSSA VIDA NO TEU SEIO MAIS AMORES...”.

Remeto a memória a um programa do Jô Soares que assisti lá atrás, onde ele entrevistava uma senhora, 90 (noventa) anos, lucidez total, mineirinha, que alcançou a “Tiragem” de trazer ao mundo, ajudar 10.500 (dez mil e quinhentos) bebês a nascerem. Algo invisível me comoveu naquela mulher. Tamanha simplicidade. Quanta sensibilidade. Que legado de vida. Um Rol de experiências indo facilmente das alegres as tristes, dias, meses, anos e anos vividos dentro da Santa Casa de Belo Horizonte. Seus olhos brilhando, contavam episódios incríveis, por trás disso uma indisfarçável alegria, sensação de dever plenamente cumprido.
Dona Maria Luiza de Deus, conhecida por Dinha, foi babá e/ou enfermeira de Betinho e Henfil, a quem devotava amor incondicional.
Dona Dinha, escreveu com a ajuda de um dos filhos um livro Chamado “O filho desconhecido”, em homenagem a todas as inúmeras crianças que se acharam abandonadas na Santa Casa.
Em sua excepcionalidade criou 13 (treze) filhos, dos quais apenas 1 (um) era nascido de seu ventre. Os demais nasceram do seu amoroso coração, cheio de espaços, vagas para abrigar as crianças que as mães biológicas iam deixando pela vida.
Ela hoje me inspirou juntamente com tantas pessoas que dispõe de um pedaço ou muitos do coração e da alma para abrigar o abandono.
Hoje o verso que cito refere a um seio em tantas vezes desprovido de leite, mas provido em abundância do mais puro e pleno amor.
O seio das mães adotivas.
Hoje certamente não só os 10.500 bebês que Dinha ajudou a vir ao mundo, mas em especial os 12 (doze) que ela acolheu, cantam ou cantariam, declamam ou declamariam enternecidos:
NOSSA VIDA NO TEU SEIO (AMOR E ABRIGO) MAIS AMORES.

Só curiosidade: ela se chama Maria Luiza de Deus. Por que será? E precisava?


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Este texto faz parte do Exercício Criativo - O Hino Nacional em Outras Esferas.
Saiba mais, conheça os outros textos: http://encantodasletras.50webs.com/hino.htm




[size=large]Citando:
A felicidade é branca... O amor tem matizes que nos fazem ver o infinito..
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O desejo de escrever persiste, por vezes em tons felizes, vibrantes cores, outras em tons pastéis. cor de pérola, mas o que importa é que não há r...

 
Autor
RoseaneFerreira
 
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