Há lugares por onde alguém não passou,
Que - nem ao menos - pode imaginar;
Vivendo num mundo estreito de dor,
Um fantoche nada espetacular.
Há lugares que só um poeta vê,
Por onde apenas ele entra e mergulha,
Onde ele se alimenta, sonha e crê;
E disso se satisfaz e se orgulha.
Eu, comum, que fazer poesia não sei,
Posso acreditar num mundo poético,
No qual a imortalidade é lei?
Triste aquele que não entende a poesia,
Que - em relação a esta - é cético,
Acinzentando mais um novo dia.
(Luciene Lima Prado)