Luso-Poemas
 
Poemas : 

[a morte morre-me nos braços]

 
a morte morre-me nos braços
quotidianos
como pó acumulado
por entre as fendas das imagens
que um dia ofertei aos poemas

morre-me mas matando-me em silêncio

ninguém em meu redor
sente a sua presença enquanto morre
enterrando-me
na cinza
das minhas próprias palavras


Xavier Zarco

 
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Xavier_Zarco
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/09/2009 21:56  Atualizado: 04/09/2009 21:56
 Re: [a morte morre-me nos braços]
A morte que nos morre e que nos mata, dia a dia, hora a hora, e sem que tantas vezes nos apercebamos da sua presença.

Belo poema,

DM







Enviado por Tópico
miriade
Publicado: 04/09/2009 22:17  Atualizado: 04/09/2009 22:17
Colaborador
Usuário desde: 28/01/2009
Localidade: Brasil
Mensagens: 2171
 Re: [a morte morre-me nos braços]
Muitissimo pertinente seu profundo poema,vivemos em inteira alienação desse mistério insondável,no entanto ela nos espreita a cada momento de longe ou por perto.Beijocarinhoso Lu


Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 04/09/2009 22:41  Atualizado: 04/09/2009 22:41
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11099
 Re: [a morte morre-me nos braços]
Xavier,
A maturidade ajuda a aceitar a morte como uma consequência da propria vida e esse processo de aceitação da erosão do físico refecte-se na expressão escrita que orgulhosamente demonstra conhecimento e propriedade.
Um beijo
Nanda

Enviado por Tópico
cleo
Publicado: 04/09/2009 23:07  Atualizado: 04/09/2009 23:07
Usuário desde: 02/03/2007
Localidade: Queluz
Mensagens: 3731
 Re: [a morte morre-me nos braços]
Mesmo sentindo a morte em torno de nós mesmos, como aqui foi descrito neste belo poema, é preferível morrer-se assim do que morrer sem nada sentir...
Pelo menos morre-se feliz!

Enviado por Tópico
GE3
Publicado: 04/09/2009 23:12  Atualizado: 04/09/2009 23:12
Da casa!
Usuário desde: 22/09/2008
Localidade: Moçambique
Mensagens: 350
 Re: [a morte morre-me nos braços]
o poema não morre enquanto existir um poeta, mas pode e deve vestir todas roupagens, mesmo a da morte e do silêncio. o poema também pode ser o espelho da vida do poeta.

um abraço

Enviado por Tópico
AnaCoelho
Publicado: 04/09/2009 23:53  Atualizado: 04/09/2009 23:53
Membro de honra
Usuário desde: 09/05/2008
Localidade: Carregado-Alenquer
Mensagens: 11255
 Re: [a morte morre-me nos braços]
A more morre nos braços
embalada com a vida
na voz do sorriso
que abre todos
os caminhos
até ao dia
em que tudo termina...

A poesia porém fica para além dos dias

Beijos

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/09/2009 14:08  Atualizado: 05/09/2009 14:08
 Re: [a morte morre-me nos braços]
A morte nos mata em silêncio,mas não conseguirá matar as suas palavras,poesias resurgem também das cinzas...
Abraços


Enviado por Tópico
Caopoeta
Publicado: 08/09/2009 23:52  Atualizado: 08/09/2009 23:52
Colaborador
Usuário desde: 12/07/2007
Localidade:
Mensagens: 1988
 Re: [a morte morre-me nos braços]
..muitas vezes foram proferidas estas palavras de cinza viva..aquelas que nunca viveram.existe tambem espaço para as outras,as que na retina ficaram e sucumbiram por fim...


abraço Camarada.

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