Não há poesia em morrer!
Verdade, porém convém pensar...
Poética é a morte por sentença, natural
É morrer de morte morrida.
Poético é morrer porque...
A máquina de seu corpo,
Completamente oxidada pelo tempo
Já não tem serventia, nem conserto algum.
Poético é morrer por não...
Querer lidar como o cansado tédio,
Em total exaustão do entusiasmo
Já então, perdido no ardor do esgotamento.
Poético é morrer quando...
O coração em comum acordo com o cérebro,
Exauridos da labuta, unem-se em pulsar e ânsia
Num definitivo e digno ultimo suspiro.
Poético é morrer quando...
A vaidade faz parceria com à morte, por não suportar
O declínio de um perecivel corpo, vestido de uma pele fina
Desbotada, desidratada e plissada por rugas irreversíveis.
Poético é na ebriedade da morte
Sentir o cheiro das flores brancas,
O calor humano das velas acesas, em ultimas chamas
Flores e velas, companheiras de vida e morte.
Poético é pressentir sua chegada natural,
Na advertência de um ameno calafrio,
Sem temor algum, em reverência…
Num afetuoso sorriso de aceitação.
Poético é aceitar o percurso da vida
Como sendo o caminho lentamente suave,
Ao encontro do misterioso destino certo, à morte natural.
Qualquer outro tipo de morte,é ultrajante é repugnante.
Lufague
Das palavras, as mais simples. Das simples, a menor.” Winston Churchill