Às vezes o sistema os colocam na panela
E os garotos ficam pulando como pipocas
Os que pulam para fora adiam a cela
E viram os reis entre as fofocas.
Às vezes o sistema os colocam na panela
E os garotos ficam pulando igual pipoca
Os que não escapam deixam a sequela
No caminho das paredes que se soca.
O garoto pipoca pipoca
Quando escuta a sirene
Corre e se esconde em qualquer toca
Porque o valente também treme.
Os pensamentos ficam pipocando
Na cabeça do garoto pipoca
Que vai se revoltando
Com o sistema e a sua broca.
Eles furam e ferem o garoto pipoca
Que fica tão perdido...
Quem espalha ódio o recebe em troca
Pensa o garoto coagido.
E pula o muro o garoto pipoca
Pra fugir do fogão e ficar inteiro
Porém o medo que se estoca
Faz o garoto comprar um isqueiro.
O garoto pipoca agora tem fogo
Não uma arma de brinquedo
O pião também faz parte do jogo
O tabuleiro e seu segredo.
A adolescência é como uma pororoca
E ninguém repara o mundo do avesso
Eu "rezo" garoto pipoca
Para que esse seja só o começo.
Somos separados por classes sociais
O sistema nos desune
Mas eu procuro a paz
A paz que não nos pune
Pelo berço de nossos pais.
[Punkita]