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#19

 


. façam de conta que eu não estive cá .

queria ser do tempo em que abraços mantinham um amor, do tempo em que invernos queimavam colheitas mas aqueciam o coração, ela queria, sempre quis ser de outro tempo, de outro espaço, e sempre sentiu, com a solidão de quem se conhece melhor do que ninguém, que nenhum destes lugares lhe pertenciam. às vezes escondia-se na sacada, à espera que da noite lhe caíssem meia dúzia de estrelas, à espera de quedas maiores do que a dela. estava certa de ter a habitar-lhe no peito a não ausência de palavras como estas, aliás, do amor nada pedia e tudo perdia. alguém um dia lhe falou, com a voz rente à pele, e ela deixou-se cair com as estrelas.
 
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Margarete
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/09/2009 18:45  Atualizado: 02/09/2009 18:45
 Re: #19
Margarete,
Gostei de ler, num tom melancólico, sobre estrelas e palavras. estrelas cadente e palavras quentes preenchedo o lugar.

Parabéns pela escrita, beijinho,

Paulo Galvao

Enviado por Tópico
Maria Verde
Publicado: 03/09/2009 02:29  Atualizado: 03/09/2009 02:29
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 Re: #19
Frágil! Não o poema mas figura que o norteia. Feminilidade e fragilidade dissertada de forma magnífica! adoro sua escrita.
beijo

Maria verde