Trim… Trim…
Ecoa o estridente
toque do despertador…
No balbuciar inaudível
disparam-se impropérios
por entre cegas olheiras…
Atavia-se a indumentária,
enxugam-se as remelas,
escovam-se os cabelos
desta classe operária…
Pequeno-almoço já era,
o transporte público,
esse, não espera…
Cava-se o asfixiante lugar,
nesta categoria precária…
O picar do ponto atrasado
nesta infame grosseria
é corte no ordenado…
No padecer do tempo,
entre enfadonhos intervalos,
é miserável o tormento,
do emprego mal amado…
Afogam-se as mágoas
naquele funéreo destilar
das tabernas pardas…
Vaguear trôpego pela rua,
tropeça no seu triste fado…
O anestesiar do pesadelo…