Abrira as portas, as janelas e por fim o seu coração;
Em gestos serenos havia separado cada palavra e preparado o caminho;
Sentira que sim, não havia porque não…
Pensativo e espalhado no chão da sala procurava o que não fizesse sentido;
Mas tudo parecia certo, mais forte que a existência, mais leve que o passado…
… Onde arrumara tudo o que pudesse atrapalhar o caminho…
Sempre cedo, tarde demais…
Achava ter asas no lugar dos braços doridos, e um apelo que não deixava dúvidas…
E então deixou-se cair, redemoinhar com um sorriso nos lábios
Amou uma e outra vez sem culpa nem pressas…
Houvesse tempo que o pudesse medir.
Encalhou em mentiras e desculpas, pequenas pílulas da aparente felicidade;
Tão fugazes como um beijo roubado, ou o seu peito breve…
E chorou como quem chora,
Derramou na almofada o rio que lavou a cegueira dos seus olhos…
…e finalmente percebeu que afinal na contagem dos minutos da vida…
Também os momentos podem ser enganadores
2009/08/31
MV