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a propósito do zedaesqina:escuta, zé ninguém! de Wilhelm Reich

 
para todos os que desconhecem deixo aqui um excerto de uma obra de leitura obrigatória e que me parece vem a propósito,na sequência da leitura dos últimos poemas do nosso zedaesquina:

"Sentes-te infeliz e medíocre, repulsivo, impotente, sem vida, vazio. Não tens mulher e, se a tens, vais com ela para a cama só para provar que és «homem». Nem sabes o que é o amor. Tens prisão de ventre e tomas laxantes. Cheiras mal e a tua pele é pegajosa, desagradável. Não sabes envolver o teu filho nos braços, de modo que o tratas como um cachorro em quem se pode bater à vontade. A tua vida vai andando sob o signo da impotência, no que pensas, no teu trabalho. A tua mulher abandona-te porque és incapaz de lhe dar amor. Sofres de fobias, nervosismo, palpitações. O teu pensamento dispersa-se em ruminações sexuais. Falam-te de economia sexual. Algo que te entende e poderia ajudar-te. Que te permitiria viveres à noite a tua sexualidade e que te deixaria livre durante o dia para pensar e trabalhar. Que te faria ter nos braços uma mulher sorridente em vez de desesperada, ver os teus filhos sãos em vez de pálidos, amorosos em vez de cruéis. Mas quando ouves falar de economia sexual dizes: «O sexo não é tudo. Há outras coisas importantes na vida». És assim, Zé Ninguém."


cruz mendes

 
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Alexis
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Enviado por Tópico
Julio Saraiva
Publicado: 01/09/2009 20:06  Atualizado: 01/09/2009 20:07
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 Re: a propósito do zedaesqina:escuta, zé ninguém! de Wilh...
alexandra,

não sei até que ponto há seriedade nas coisas que tal senhor escreve. é um tipo de literatura que não me agrada e também não vejo nenhuma graça. já ouviu falar no enturmado da festa? pois é, o enturmado da festa é aquele tipo chato que chega, não conhece ninguém,mas entra numa roda de homens - falo daquelas festas que homens ficam de um lado bebendo e as mulheres do outro, conversando amenidades (aquelas festas bem caretas) - e então o tipo, copo na mão, barriga geralmente avantajada, conta uma piada e antes de terminar começa a rir, ele mesmo, entende? pois é isso. trocando em miúdos: é o pentelho da festa. e eles estão em toda parte.

beijo,

j.


Enviado por Tópico
CarlosCarpinteiro
Publicado: 01/09/2009 20:11  Atualizado: 01/09/2009 20:11
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 Re: a propósito do zedaesqina:escuta, zé ninguém! de Wilh...
"Ecoute, petit homme..."
ja li dear Alex
Vê la se encontras outro
Bjo








Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/09/2009 21:06  Atualizado: 01/09/2009 21:07
 Re: a propósito do zedaesqina:escuta, zé ninguém! de Wilh...
Gostei que trouxesses este texto dum livro que faz parte do das minhas referências, mais pelo texto em si do que pela referência que o trouxe!
Um beijo, Alexis.



Enviado por Tópico
zedaesquina
Publicado: 01/09/2009 22:57  Atualizado: 01/09/2009 22:57
Super Participativo
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Mensagens: 110
 Re: a propósito do zedaesqina:escuta, zé ninguém! de Wilh...
Não me admira que muita gente se sinta incomodada, neste lugar, com o aparecimento de escritos (não me atrevo sequer a chamar-lhes poemas) que põem em causa o status instituído.
É um lugar em que, pela leitura de textos, se criam emoções nos leitores. Emoções agradáveis não só pelo conteúdo invocatório dos textos, como pelos comentários personalizados, que conferem aos utilizadores do Luso-Poemas a sensação agradável de conviver com amigos, fiéis amigos sempre prontos a elogiar, e sempre desejosos de uma retribuição.
É um jogo pueril, que esconde a incapacidade de grande parte dos participantes de falarem da sua própria realidade, em ser pragmáticos suficiente para reconhecer que o mais importante para si é o que não foi dito, e que tudo não passa de uma masturbação intelectual que alivia momentaneamente o marasmo de algum aspecto da sua existência (sua do participante). Eu não me excluo.
Qualquer poema que ponha em causa este status é uma ameaça ao brinquedo querido. É como se alguém quisesse partir o brinquedo, e amanhã não se pudesse brincar. E amanhã nos víssemos obrigados a encarar os problemas, as frustrações com que não sabemos lidar, sem ao menos pudermos recorrer do analgésico brinquedo.
É por isso que o zédaesquina foi arvorado em inimigo público número um (dos últimos dias). Ninguém rebateu racionalmente os textos por ele escritos. Quase todos se limitaram a rotular o autor sem explicar porquê.
Será que nenhum participante deste espaço viveu o desatino conjugal descrito no texto “Mulheres…”? da frustração do homem que se sente tratado como um objecto, como um criado? E esse homem quando atinge o limite das suas força e dá o grito da libertação não designa todas as mulheres semelhantes de galdérias? Até as designa de formas muito mais vernáculas, eu bem os oiço!
Ninguém no Luso-Poemas, comparando o sexo aos 45, aos 50, com o sexo aos 20 que tinha com a sua amada (sem ironia, amada antes e amada agora) se confrontou com o desgaste do corpo e da rotina? E nunca lhe ocorreu comparar o sexo de agora com um acto de mútua masturbação?
Parece que ninguém. É um espaço de sortudos, em que o Zédaesquina merece ser cruxificado, comparado com o Zé Ninguém de Wilhelm Reich, invocando as ideias de um Freudiano numa altura em que Freud morreu e já foi enterrado há tanto tempo! (as ideias de Freud, entenda-se).
Fazia-lhe bem, Alexis, ler um pouco de Daniel Dennett, Richard Dawkins, António Damásio… mas se eles forem racionais de mais para si, leia as Carta a um Poeta, de Rainer Maria Rilke. Vai ver que muda de opinião.








Enviado por Tópico
ROMMA
Publicado: 01/09/2009 23:48  Atualizado: 01/09/2009 23:48
Colaborador
Usuário desde: 29/10/2008
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Mensagens: 2460
 Re: a propósito do zedaesqina:escuta, zé ninguém! de Wilh...
Olá Alexis!
Apreciei a tua atitude, e gostei de ler esse bocado de texto que não conhecia e que tem muito conteúdo informativo rsrsr ... "denunciando" alguns comportamentos do zédaesquina... :)))

beijo para ti! ;)