Textos -> Outros : 

O Tagarela

 
O Tagarela
 
Que grande piela que o Pezinhos tinha. O primo Carlos fizera 18 anos e para comemorar o seu aniversário, convidou Pedro, conhecido dos seus amigos por(Pezinhos)assim como mais dois amigos de faculdade, o Vasco e o Leonel.

Pedro tem carta de condução á pouco tempo. O seu pai, encantado com as notas do filho, decidiu emprestar a sua carrinha aos rapazes,para estes irem á festa de anos do seu sobrinho Carlos.

O seu irmão, mora num local bastante afastado da cidade.Passam-se tempos em que os dois primos não se vêm a não ser quando estão na faculdade em Lisboa.

Pezinhos bebeu um copinho a mais, por precaução, tiveram de dormir naquela noite na casa do Carlos.

-Tudo bem! - Disse Vasco fazendo sinal ao seu amigo Leonel. Estavam em ambiente familiar e por esse motivo, os rapazes estavam ambos de acordo.

Mas a rapaziada com aquelas idades, têm muita curiosidade e por isso decidiram em sair á noite para darem o chamado Girinho e inteirarem-se do que existiria por aquelas bandas.

Quando saíram ao portão,estavam de novo no campo. Pezinhos estava muito molengão e tinha alguma dificuldade em acompanhar os seus amigos, não fosse a preocupação do primo em vigiar a sua caminhada e a esta hora, ainda ambos os rapazes estavam ao portão por onde saíram.

Aquele local era muito bonito.Antigamente aquela zona, era muito frequentada por corvos, que ali passavam para se banharem durante as tardes encaloradas e aproveitavam para matar a sede quando os riachos transbordavam de água.

Decidiram então parar e ficar por ali, enquanto esperavam pelo Pezinhos. Que tremenda seca que estavam a levar.
Já passava algum tempo, até que o Carlos achou muita demora e contando com a companhia do Leonel, resolveu ir á procura do seu primo Pedro.

Vasco estava muito cansado,como tal, disse aos dois amigos,que ficaria ali sentado no tronco de uma árvore, até que eles chegassem.

O Carlos e Leonel afastaram-se. Uma coruja solitária que por ali se encontrava, pregou um valente susto aos dois rapazes quando levantou voo.
Parecia já ali estar a algum tempo a observar os movimentos dos dois.Depois de andarem algum tempo, não foi muito difícil encontrar Pezinhos. Estava encostado a uma enorme pedra coberta por musgo, ferrado profundamente no sono.
Fazia-lhe companhia, um lagarto de cabeça azul que resolvera observar mais de perto,aquela estranha criatura.

Com a presença dos dois rapazes, o réptil deu corda aos sapatos, acordadndo Pezinhos do seu profundo sono. Este assustado,dá um salto e pôs-se em pé de uma assentada.

- Que me fizeram? – Respondeu sarapantado.
- Nada! – Estranhámos que não nos seguias e resolvemos vir saber o que se passava.
-Encontrámos-te a dormir aí encostado como se nada se passasse contigo – Respondeu-lhe o seu primo Carlos rindo-se.

Aliviado mas satisfeito com a resposta do primo, Pezinhos colocou os dois braços, um em cada ombro dos rapazes e deixou-se levar.

Quando chegaram ao local onde tinham deixado Vasco, encontraram o tronco da árvore já vazio. Onde afinal se teria metido o Vasco? Gritaram alto e em bom som. Mas nada. As vozes,essas sim, faziam – se ouvir por todo o Vale.

Foi então que surgiu estranhamente de uma cavidade de uma pedra tapada por silvas, a cabeça do Vasco.
- Que fazias ali dentro? – Questionou Carlos
- Ouvi o que me pareceu ser a voz do Pezinhos a chamar por mim e fui ver se era ele. Vasco estava surpreendido por ver o Pezinhos apoiado no Carlos e no Leonel.

Mas Vasco não tinha feito confusão quanto à voz que ouvira chamara por ele. Para surpresa de todos, alguém agora chamava pelo nome do Carlos exactamente do mesmo sitio que Vasco ouvira.
- Vamos mas è pormo-nos daqui para fora! – Não estou nada a gostar desta brincadeira – Respondeu Carlos quando ouviu o seu nome ser lesado repetidas vezes.

O Pezinhos já estava sombrio e ouvira aquelas vozes e não foi difícil aos quatro amigos abandonarem aquele local apressadamente.
Desceram o Vale rapidamente. Tão rápido, que Leonel atrapalhou-se e estatelou-se no chão empedrado arrastando consigo o pobre do Vasco tal era a proximidade dos dois rapazes.
Imediatamente pediu desculpa ao amigo e desculpou-se com a escuridão da noite.

O Carlos e o Pezinhos obviamente troçaram dos infelizes, mas foi por pouco tempo.
Surgiu então alguém naquele preciso momento que estendeu a mão ao Vasco. Ambos acabaram por perder a vontade de rir.

Era uma mulher já de uma certa idade.

-Estão bem rapazes? – Por acaso não viram o meu Tagarela aqui por estas bandas?
Era então a vizinha do Carlos, que andava por aquela zona à procura do seu Corvo de estimação, que fugira da gaiola durante o dia. Com o passar do tempo, bastante preocupada, resolveu arriscar e ir á sua procura.

Gabriel Reis


--------------------------------------------------------------------------------

 
Autor
reisgabriel
 
Texto
Data
Leituras
1048
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.