Pelos vidrais da inocência vejo o mar da espera e espero, espero porque sei um dia me virás buscar.
Quando te foste não quis acreditar na crueldade que a vida me fazia, sem dó nem peidade. Alguma vez a vida terá dó e piedade? Não quero sofrer, não quero, não quero porque sei que estejas onde estiveres eu estarei sempre contigo, eu ou essa grande parte mim que levaste quando partiste.
Escrevo-te à luz de dias e dias felizes que passámos juntos, escrevo-te com o sol dos teus olhos a iluminar-me as recordações, momentos tão lindos, prazeres tão deliciosos, tudo o que vivemos desce sobre mim em raios de luz, raios de luz caem sobre mim enquanto te escrevo.
Não sei ainda hoje como soletrar e pronunciar a tua morte, eras tão doce, ela veio azeda buscar-te. Sei que descansas em paz, disso estou certa, afinal nunca foste de fazer traquinices nem diabruras, merecerias concerteza esse céu, se é que ele existe, merecerias esse céu azul e uma nuvem onde te esconderes sossegado vivendo em paz a ta eternidade. Também sei que olhas para mim enquanto escrevo, já lágrimas escorrem pela minha face, salgados estes dias em que não te tenho aqui, presença física, a tua mão para devagarinho me tirares a vontade de chorar, sei que agora e sempre olharás por mim.
Um dia virás buscar-me também, sei que virás corajoso ao lado da morte sorrindo, por isso não tenho medo que ela venha, espero que venha em breve porque te trará consigo, quando me vieres buscar o céu rasgar-se-á ao meio e com ele toda a minha tristeza, esta tristeza que me cobre os dias e dias e as horas em volta, sem ti... um dia virás com a claridade da manhã e eu caminharei também ao teu encontro...
Esquecer-te nunca! Viver-te sempre!
. façam de conta que eu não estive cá .