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De que mundo seremos?
Toca-me a indiferença de tantos,
mas que se danem os que vivem a espreitar as minhas sandices.
Sou um "eu" que não se habita.
Não acho nenhuma casinha acolhedora pra minhas imperfeições.
Não aceito o desdém daqueles que fingem aceitar-me.
Saiam daqui! Subversivos abutres donos de sorrisos falsos.
Estranheza tamanha é esta minha alma banhada de razão.
Razão?
O que irão fazer com loucos como eu?
Irão queimar a minha pele? Calar-me?
Fogueira para ela!
Amordacem-na!
Diversas vezes serei levada a julgo.
Não irão me calar.
Enquanto o sangue flamejar nas veias,
Rasgarei os meus sentidos na escrita.
“Nada te pode salvar exceto a escrita”
Pobre de mim.
Endoideci de vez.
Talvez, vez ou outra.
Onde estão as rimas?
O último poema levou.
Preciso curar-me.
Sou racionalmente insana.
Sou um “eu” que não se habita.