Persigo lúcido
Sonhos diamante.
A força é que é a beleza
Só a instigância nos une.
Mastigo safiras incompreensível
Santo abençoando gratuitamente
Prematura conquista do plasma rubi de si
Fertilizante de preciosidades bem mastigadas.
Esculpir o instrumento que é o espírito
Lapidar a rocha tenra que é o delta ao mar
Batendo água mole em pedra dura até furar.
Destilo milênios
Nos arrepios duma noite de primavera
À beira do éden
Fazendo silêncio pra bem captar o mote
Coração é meu dote.
Que é que me faz querer chorar?
Que é isto do passado esconjurado que me faz pensar?
Por que tanta mentira cobardia imprudência?
Cedo ou tarde
Toda família se reúne
Do outro lado do vento
Descansando as dores da missão.
Cedo ou tarde
Todo revés se revela
Todo carinho se interpela
Na trova suada da labuta
Ante impaciência à estulta.
Quiseram não crescer
Quiseram não mudar
Partiram o ciclo o transformar
Recalques insólitos da rebeldia
Preferiram não se importar
Maldisseram ao que queria curar.
Mas o dom vence
E não há sofrer antigo que a nova alegria não estrangule.
Palito dentes sastifeito
Tropeçando só pelo efeito
Remo surfo velejo com respeito
Vem vai rima estranha sem defeito.
O grito lancina
Rasga o ódio
E desperto outra vez lúdico
Vivo hoje pelo sonho de amanhã
É só isto que desejo
Seguir a senda do onírico
Que com tanto amor se faz empírico.