Meu coração doído urde três dores bem distintas:
a de te ver sofrer; a de saber que tu sofres;
pelo sofrimento e dor de uma flor, que um Deus
cruel, não soube cuidar e a todos pôs a chorar.
Numa urna toda branca e bem trabalhada
jaz morto teu corpo pequenino,
e um choro de mãe em desespero, pede
que não deixem levar seu menino nem à terra
o façam descer,
onde vermes sua pele de menino a irão acometer.
Que Deus? Sim que Deus tem de prometido a
uma criança de quatro anos, futuro ungido?
que o leve a separar de seus pais, de seus irmãos,
que em pranto, batendo os pés no chão pediam:
não… não vás querido… quem, destas crianças,
nada entendendo, o mais afligido?
E seu cão, que sentido a perda de seu amiguinho,
a uivar se pôs, umas vezes alto no céu, outras vezes,
à terra descendo, chorando baixinho.
Parte em paz meu menino, pois em nosso coração,
prometo-te que nunca estarás sozinho,
nem jamais, jamais serás tido em vão.
Jorge Humberto
27/08/09