Eu vi:
Um ser despreocupado
Correndo com seus sonhos,
Sorrindo
Por um amor primário.
Mais adiante
Um ser impossibilitado de
Sorrir
De entrar “na onda”
Um ser abruptamente
Transformado pelas
Circunstâncias.
Este mesmo ser, eu vi
Olhando através uma
Veneziana, embaçada
Pela garoa fina,
Um Homem
Andando descompassadamente
Enxugando lágrimas
Que persistentemente
Teimavam em rolar pela sua face.
Um adolescente-adulto
Absorto, olhos hirtos, vítreos,
Estudando, arrumando, dialogando.
Adolescente-adulto
chorando calado.
Sério.
Em busca da meta: super.
Encarando alienações
Sem dar chances
Para o descaso.
Um forte que queria
Chorar,
Mas não tinha lágrimas.
Em conflitos,
Ser pacificador.
Em prantos,
Ser bufão.
Eu o vi:
Andar...
Andar sem rumo,
Olhando para o céu.
Eu o vi:
Pacientemente, ditando
Normas para uma
“sociedade” que se deteriorava.
Eu o vi:
Absorto
Olhando para o ventre
De um ser sem consórcio.
Mas além
Eu o vi
Rejubilando-se por este
Mesmo ser
Em feliz união.
Eu o vi:
Se pranteando
Com a perda de um bem legado...e só.