Não sei se são vozes que oiço dentro de mim, ou se são desejos desenhados na curva do meu silêncio. Sei apenas que os sinto, estes sons embrulhados em cadentes atmosferas, que inebriam o meu corpo.
Ah! Quanta loucura há neste invólucro que encadeia a minha alma. Quanta luxúria. Quanta sofreguidão e outros tantos pecados!
Há também uma brutal consciência da separação imperceptível que existe entre ambos – corpo e alma – mesmo que, entre ambos, exista um pacto de compatibilidade.
Não sei se são vozes ou desenhos. Não sei. E, talvez por isso, faça resultar, este meu regresso ao mesmo mar, em que, um dia desapareci.
Voltei. Voltei para me reencontrar e, assim, segurar na lucidez da minha essência, como uma candeia, e iluminar o caminho que devo seguir. Voltei entre as vozes que oiço dentro de mim, que quero descodificar e oferecer-tas como as mais bonitas flores que um dia viste.
Quero agraciar esse momento especial e dizer-te num sussurro de amor – sou teu!
Depois de beijar esse cândido amor, viverei ao teu lado, na paz da fusão dos nossos corpos que darão guarida ao silêncio, desenhado, que, nas nossas curvas, assumiram o nosso génio.
Tu e Eu, outra vez juntos e mais fortes. Foi para isso que voltei. Apagando o interregno que, insensivelmente, foi acontecendo, sem que nos apercebessemos, mas que quase fulminava o nosso mar. As areias, finas, percorrem os nossos corpos e o silêncio que desenha a nossa praia é de maresias exóticas, de algas abençoadas e de aromas salgados que embrulham o nosso amor. Juntos recomeçamos o mundo que temos que construir.