A grande musa inspiradora
Desfila indiferente diante dos meus olhos.
Fria e negra, assovia por entre os dentes
A cantiga ligeira que força a janela branca.
Uma tristeza-lamparina silencia.
Desperto com palavras nos olhos
E lágrimas na boca.
Vejo pelas frestas antigas
Caminhos que, de tão íngremes,
Tombam os mais valentes, um após o outro.
No céu, pelo monóculo alvo e translúcido
Entrevejo o universo...
Olhos fixos por um tempo que não preciso...
Um suspiro secular rompe as correntes
E um deus dourado emerge para a vida!