A MENTIRA
É uma peta, uma patranha
É o contrário da verdade
É m engano, uma ilusão
Tem por base a falsidade
Tem cunho da deslealdade
E a missão de confundir
Quem ouve como verdade
Aquele que está a mentir
São as palavras a fingir
Coisa ou acto simulado
Mas verdadeiro tal parece
A quem assim é enganado
É um engano propositado
E não tem classificação
Quem tal faz é desleal
Pois comete uma traição
A mentira é uma ideia
Que o cérebro congemina
Ou então é momentânea
E como tal, é repentina
Qualquer coisa determina
O contrário da verdade
A mentira é uma manha
Que não tem cor nem idade
Mas o que hoje é verdade
Amanhã pode ser mentira
Depende de quem a ouve
E lhe põe mais uma tira
Se for político, até delira
Quando promete á multidão
Coisas, que não pode fazer
Mas que muitos votos dão
Mentira não tem coração
E um político é cerebral
Engana quem de boa fé
Verdade toma como tal
Mas outros são tal e qual
Caso são os caçadores
E equiparados com eles
Há depois os pescadores
Toda a mentira tem épocas
Cada época tem tradição
Mas essas são as mentiras
Que se sabem de antemão
Mente-se á patroa e ao patrão
A qualquer homem ou mulher
A língua não tem censura
Diz aquilo que lhe aprouver
Mentiroso é um qualquer
Que por falta de clareza
Numa conversa diz coisas
De que não tem a certeza
Mas até pode ter beleza
Uma mentira inocente
Que depois de descoberta
Até faz rir muita gente
Quem o faz frequentemente
Se pode chamar mentiroso
A mentira torna-se um vício
E como um vício, é perigoso
Por qualquer coisa se mente
Depende da conveniência
Como arte não se ensina
Nem se estuda tal ciência
Não há nenhum venturoso
Que não diga uma peta
Só se ainda for bebé
Não fale e use chupeta
Com um sorriso e uma treta
Anda meio mundo a enganar
Outro meio que depois d’ouvir
Depressa lhe toma o lugar
Pode até ser uma arte
Mas eu fico-me por aqui
Pois nestes simples versos
Penso que ainda não menti
Sou desenhador,pintor e poeta e, nas minhas poesias tento desenhar e pintar os meus pensamentos