Dentro de uma estrada mística
De buracos preliminares
Aconteceu o percurso vazio e rasgado
Trânsito ausente
De sinais e semáforos
Andei os quilómetros do futuro
Com sapatos de ontem
Tropecei nas zebras relevantes
E atirei-me para debaixo
Das rodas quadradas
De um veículo vermelho e perverso
Mais tarde
No asfalto verde escuro
Ficou a cor imunda da alma
Numa desconhecida poça
De indiferença e desprezo.
Manuela Fonseca