Poemas : 

POEMA SEM ARTE OU QUE SE DANE A FESTA

 
meu rico relógio de sol
tua branca estrela de sal
a acidez do teu rosto
meu copo de sonrisal

meu rico anel de rubi
tua santíssima auréola
meus porcos lá no terreiro
querendo as tuas pérolas

tua música erudita
meu rap de pé quebrado
tua pura flor de lótus
meu mais sórdido passado

meu são francisco de barro
teu camafeu de marfim
meu beijo no teu escarro
anjos augustos em mim

teu claro monte de vênus
minha camisa de marte
meu corte pede mercúrio
neste poema sem arte

e basta de brincadeira
quem não consente não cala
a fome da porta-bandeira
quer comer o mestre-sala

_______________

júlio


Júlio Saraiva

 
Autor
Julio Saraiva
 
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Enviado por Tópico
Maria Verde
Publicado: 25/08/2009 12:24  Atualizado: 25/08/2009 12:24
Colaborador
Usuário desde: 20/01/2008
Localidade: SP
Mensagens: 3489
 Re: POEMA SEM ARTE OU QUE SE DANE A FESTA
Maravilhoso! Não sei porque poeta, e na verdade não parece nada, mas me lembrei de uma poesia do Gonçalves Dias em sua vertente romântica, "Pedido". Adorei seu poema Júlio.
abraço!

Maria verde




Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 25/08/2009 13:03  Atualizado: 25/08/2009 13:03
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: POEMA SEM ARTE OU QUE SE DANE A FESTA
O título não faz jus de forma alguma
à arte e ao engenho com que moldas
as palavras, Júlio.
Com admiração e carinho, digo-te.
Muito bem!
Abraço
Vóny Ferreira