por mais que seja assim
e te veja sempre sempre
eternamente tu
rasgo todas as cartas escritas
que desmaiam ao ser lidas
cansam os olhos de ir
presos aos versos dedicados
a ti... a ti...
desces a rua
vejo-te
sinto-te
venero-te
e la no fundo do poco
la
afoguei o corpo
as pedras negras
humidas emboloradas
olham-me e culpam-me
evito-me
desprezo-me
sinto que te perdi
algo me diz que estou certo
percebo da loucura a que estou condenado
que recluso nao posso ser
a morte e so ela me liberta
causa deste afecto fatal
e o perfume das flores da escuridao
passsa por ti e diz de quanto sempre serei teu.
manesflama (jose neves)