Poemas : 

ELEGIA PARA UM CERTO JÚLIO SARAIVA

 
aspiro o pó branco dos meus dias
organizo a festa do dia seguinte
num baile de máscaras dancei com a morte
a lua cheia me salvou
minha loucura meu bem é quase santa
por isso estou sempre rezando
tenho palavras de missa na ponta da língua
mesmo quando blasfemo estou rezando

aspiro o pó branco dos meus dias
sou o meu pior inimigo
firo-me todos os dias com o punhal que trago nos olhos
depois vou dormir tranquilo
certo do dever cumprido

aspiro o pó branco dos meus dias
o poeta que fui aos 20 anos morreu
numa noite de mil novecentos e qualquer coisa
envenenado de soneto
nos braços da mulher que nunca existiu

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júlio


Júlio Saraiva

 
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Julio Saraiva
 
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Enviado por Tópico
GeMuniz
Publicado: 29/10/2010 02:53  Atualizado: 29/10/2010 02:54
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Usuário desde: 10/08/2010
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 Re: ELEGIA PARA UM CERTO JÚLIO SARAIVA p/ Julio Saraiva
Cara, eu estava lendo umas coisas suas aqui na calada da madrugada, tranquilo, tomando meu suquinho que nenenzinho não bebe e caí nesta elegia aqui... Eu não entendo, juro, como ninguém comenta isso. É bom demais.

abraço Júlio