Tenras flores do casto engano,
Que assolaram o bem que mo continha!
A vós não sabida é a ventura minha:
Se viver ditoso, se viver ufano.
Nos eflúvios que se me estranho,
verte um delírio de inconstância,
adonde me aproxima a distância,
do afastado bem-viver que acompanho.
Bem do meu viver é tolerância!
Que mal algum, que se me atente,
alcança o céu meu de inconstância!
E viver-se neste jardim latente,
é buscar no engano a pura ânsia
De no mal comum viver contente.