Estou eu fazendo um soneto de mim mesmo,
Estou me descrevendo ao mundo e suportando esse peso,
Estou poetizando o tudo e o nada,
É momento em que a poesia começa e acaba.
Estou escrevendo para o vazio e o cheio,
Escrevendo para o rico e o pobre,
Escrevendo por tudo que eu anseio,
Escrevendo para que eu no futuro não me cobre.
Estou escrevendo um soneto do fim para o começo,
E por isso não me aborreço,
Apenas apareço.
E assim sou eu mesmo,
Completo e incompleto,
De um sentimento jogado ao esmo.
Abd