Dizem que sou o poeta das causas justas,
De antes aqui perder do que calar,
Apenas não me sonego às coisas injustas,
Nem delas fujo ou intento olvidar.
Posso ser o poeta das horas tristes,
Onde o remanso não faz hospedagem,
Mas só com os meus punhos resistes:
Leva-os, cerra-os à sua passagem.
E é tanta a pobreza e a escravidão,
Que eu digo este poema a cantar,
Para que se acabe com a servidão,
De quem age sem ter coração,
Vendo uma criança a definhar,
Por não ter nem uma côdea de pão.
Jorge Humberto
14/06/07