E se um dia
eu cair,
e não tiver a tua mão
para poder deixar-me ir.
Ficarei caído
e fingido que dói,
o peito dorido
que a saudade mói.
Uma lembrança boa
tenho de ti,
quando tudo o que doa
levas-te daqui.
És a inspiração que me quer
e que em vida não vejo,
levas-me a escrever
tudo o que sempre levei em desejo.
Desejo de um beijo teu
como quando a lua e a estrela
tocam o céu
e toda a tua obra bela.
Sem te poder olhar,
sinto um suspiro ligeiro
em mim, no meu respirar
e fico como que verdadeiro.
Verdadeiro de mim
da vida e do mundo
em tudo o que escrevo sem fim
até ao teu ser mais profundo.