E se apenas eu
ver o céu de amarelo,
e achar o nascer de mais um dia
como algo tão belo...
tão belo quanto o teu abraço
que me prende num embaraço,
aqui não te tenho,
mas em sonho
e palavras feias ou bonitas,
ou melhor, palavras aqui escritas,
descrevo-te, e elevo-te
ao mais alto topo
que poetas ambicionam,
e eu chego, como que bebendo de um copo
inspiração que o meu ser
me deu este dia,
não sei o que é alegria
pois não tenho nada nem ninguém,
procuro-me em espelhos,
pessoas ou alguém,
a minha imagem pintada,
mas não sinto o bater de nada no peito,
nem sou mais um perfeito ser
que pensei outrora ser,
e pensando assim,
não me percebo
e até ao fim
da estrada
da nossa vida,
já estou morto.